O maior vexame da história do futebol brasileiro

Esse texto deveria ter sido publicado antes, mas quem se importa? O fato é que o todo prepotente Internacional foi eliminado pelo Todo Poderoso Mazembe. O colorado perdeu por 2 a 0 em Abu Dhabi e está eliminado da final do Mundial de Clubes. Finalmente a equipe comandada por Celso Roth pagou o preço pela sua abissal incompetência.

Esta impoluta corneta nem vai perder tempo comentando o jogo. O interessante é analisar a loucura, a insanidade que tomou conta da torcida colorada. Por exemplo, para o atacante Alecsandro o Inter foi melhor em campo. Como assim? Perdeu de 2 a 0, levou um BANHO de bola e ainda tem a coragem de dizer que jogou melhor. Isso é o que a ZeroZen chama de DIG (delírio de injustificada grandeza).

Só para registro, já que essa derrota vai ficar nos anais (epa!) da torcida colorada, esta corneta vai fazer um breve relato da partida. O Inter entrou em campo já com uma vitória de 4 a 0 a seu favor. A empáfia da equipe treinada por Celso Roth era nítida. Todos os jogadores já se imaginavam na final contra a Inter de Milão. Só esqueceram de combinar isso com o Todo Poderoso Mazembe.

A equipe africana rapidamente dominou as ações e impediu o Inter de jogar, o que - sinceramente - não é nada difícil. A primeira etapa terminou em 0 a 0. Porém, o toque de bola e a superação do time da República Democrática do Congo mostravam que o fim das esperanças coloradas estava muito próximo.

No segundo tempo não demorou muito para o Mazembe abrir o placar. Aos 7min, Kabangu dominou livre na área, em uma falha ridícula da zaga do Inter, e bateu com categoria no canto esquerdo do goleiro. Um golaço.

O Inter se perdeu completamente. Ninguém jogou absolutamente nada. Tinga e Sóbis foram no máximo esforçados e D'Alessandro foi patético. Subitamente, a direção colorada se deu conta do óbvio ululante. O craque do time - ou seja, a sorte - não veio junto com a delegação.

Para deixar tudo ainda mais divertido, o goleiro africano Kidiaba estava inspirado. Celso Roth foi o mesmo Celso Roth de sempre. Mexeu duas vezes no time e de forma equivocada, trocando Tinga por Giuliano e Alecsandro por Leandro Damião.

Aos 40 minutos, Kaluyituka carregou pela esquerda. Pedalou para cima de Guiñazu e chutou no canto. O goleiro Renan pulou atrasado - para variar - e a bola entrou no fundo das redes de maneira inapelável. Era o gol que confirmava o merecido fracasso colorado.

Os quase oito mil colorados que foram a Abu Dhabi choravam lágrimas de esguicho. Esta talvez tenha sido a primeira torcida turística da história. Esse pessoal foi ao mundial a passeio. Agora podem aproveitar o tempo livre para tirar fotos ao lado de camelos. Até por que sabem a sensação de levar duas bolas nas costas...

O fiasco, o vexame colorado era absolutamente previsível. O Internacional era um intruso nesse mundial. Com um time tosco e limitado conseguiu ganhar a Libertadores. Bastava ter se reforçado para enfrentar o desafio. Mas os "gigantes do deserto" realmente acreditam que são o Real Madrid dos pampas. É... sonhar não custa nada.

Não dá para acreditar que toda uma torcida acreditou que seria campeã mundial com o Celso Roth de técnico. Talvez uma dimensão paralela isso fosse possível. O Inter tem de aceitar a verdade: ganhou a Libertadores por que teve sorte. Mas MUITA sorte mesmo. Fez tudo errado e ainda se sagrou campeão. O problema é que a sorte tem um prazo de validade muito limitado. E foi isso o que aconteceu. É hora do Inter voltar a sua realidade tacanha e medíocre.

Vale dizer que o comportamento colorado beirou a insanidade. A festa realizada no Estádio Beira-Rio na véspera da viagem colorada a Abu Dhabi foi uma das coisas mais constrangedoras da história do futebol gaúcho. Na comemoração, Bolívar pegou o microfone e disse, depois da exibição de um filme comemorativo, que o Inter voltaria com o título.

Só esqueceram de avisar os outros times do torneio. O zagueiro Lúcio - um sujeito mais sério do que bula de remédio - definiu bem a situação. "Eles prometeram levar a taça para Porto Alegre. Os jogadores não podem dizer antes de um torneio, pode parecer falta de respeito. "Todo cuidado é pouco. Eles estavam com muita confiança e festejaram antes. Não é uma coisa legal de se fazer", criticou.

Por fim, resta dizer que o título da corneta está errado, o Inter não fez maior vexame da história do futebol brasileiro. Como venceu a Libertadores, estava representando o futebol sul-americano. Logo este é o maior fiasco futebolístico de um continente! E isso dá a dimensão exata da incompetência colorada...

Jarbas Schier

P.S. - Depois do jogo, a cerveja mais vendida nos bares de Porto Alegre foi a Mazembier. Uma cerveja preta de muita qualidade...

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