Uma vitória ridícula, ainda é uma vitória

O Grêmio venceu o Aurora da Bolívia em Cochabamba e se tornou líder do seu grupo na Libertadores. E olhe que isso não foi nada fácil. O tricolor disputa o Grupo da Morte (da morte do bom futebol). E sofreu de maneira absurda e surreal para ganhar de um time ridículo, pífio e patético.

Claro que todo gremista sabe que a Libertadores é um festival de sofrimento. Cada jogo é um tormento inenarrável, capaz de fazer o mais saudável torcedor enfartar antes da metade do segundo tempo. Mas, sob o comando de Celso Roth, o time está longe de obter triunfos épicos. Na verdade, o tricolor gaúcho está se especializando em vitórias ridículas. Contudo, é preciso ressaltar que mesmo ridícula, uma vitória ainda vale os mesmos três pontos.

O Grêmio começou dominando a partida. Os minutos iniciais foram um verdadeiro massacre. Apesar da imensa superioridade gremista, o gol só foi sair aos 41 minutos. Alex Mineiro fez boa jogada e passou na medida para Jonas, que chutou com força para o fundo do gol. E, pasmem, acertou o chute. Foi gol mesmo. Sério.

A segunda etapa começou exatamente igual. O Grêmio desperdiçava uma chance atrás da outra. Como quem não faz leva a equipe boliviana chegou ao empate aos 8 minutos. O atacante Derlis Paredes recebeu perto da área, superou com facilidade a marcação e tocou na saída de Victor. Detalhe: foi o primeiro gol do Aurora na Libertadores!

Depois disso, o Grêmio seguiria atacando sem cessar. Até que Jonas foi expulso. A situação se complicou? O Aurora passou a exercer uma pressão implacável? Nada disso. O tricolor, mesmo com um jogador a menos seguiu melhor na partida.

Tantos gols perdidos passaram a consagrar o goleiro Dulcich do Aurora. Verdade seja dita, quem não se consagra com a inacreditável incompetência do ataque gremista? Quando o jogo se encaminhava para um empate injusto e deprimente houve uma falta aos 41min do segundo tempo..

A posição era relativamente longe da grande área. Mas um cansado Tcheco pediu para cobrar. Ele chutou mal, muito mal. A bola saiu tosca em direção as mãos goleiro Dulcich. E como Deus não joga, mas fiscaliza, o impossível aconteceu. Dulcich tomou um frango espetacular, digno de um bola murcha do Fantástico.

Com o resultado, o Grêmio é líder do grupo 7 com, ora vejam só, sete pontos. Não perdeu uma única partida sequer. Fez míseros três gols e levou apenas um. É uma campanha irretocavelmente banal. A situação na Libertadores, apesar de tranquila, não parece garantir longa vida para o tricolor na competição, principalmente pela espetacular capacidade de desperdiçar gols do ataque gemista.

É algo que deve ser analisado com mais calmo. É um fato digno de algum trabalho acadêmico. São aproxidamente 3.924 chances por jogo. E nada de gol. De Jonas, o pior atacante do mundo, não se espera muito. Mas Alex Mineiro parece estar esperando a hora da aposentadoria. Herrera continua errando como sempre. Já Maxi Lopes ainda é um mistério.

Até encontrar um ataque de verdade só resta uma alternativa para a equipe comandada por Celso Roth: seguir em frente obtendo uma vitória ridícula atrás da outra. Mas, como se sabe, vitórias ridículas ainda seguem valendo três pontos...

Jarbas Schier