Chutando Cachorro morto: Introdução
A ZeroZen criou uma nova seção. Sim, ainda existe algum resquício de criatividade nessa revista. Como sempre acontece nesses momentos, os nossos impolutos articulistas se reuniram em um bar. Como a redação não está necessariamente ficando mais jovem, alguém passou a se lembrar dos tempos em que recebíamos convites e mimos das assessorias de comunicação. Isso, é claro, sempre acontecia antes de lerem a revista.
De qualquer forma, a ZeroZen percebeu que ninguém fala mal dos mortos. Isso pareceu interessante. Pensem bem, mortos não podem nos processar. Afinal de contas, onde algumas pessoas vêem crise a revista vê uma crise ainda pior (mesmo porque com o dólar a 4,40 reais, não tá fácil pra ninguém).
Mas no Brasil, por exemplo, a só morte é capaz de santificar uma pessoa. Pouco importa se o sujeito foi um canalha durante a vida, a tendência do brasileiro é relevar esses desvios de caráter. A nossa imprensa cada vez mais adesista é capaz de tecer elogios ao mais ferrenho dos ditadores.
Então, surgiu uma oportunidade única. Essa é uma faceta do mau humor, que ainda não foi explorada pela ZeroZen. Além disso, depois das mudanças nas regras da aposentadoria, a frase descanse em paz não faz mais sentido nenhum. Tá na hora de alguém chutar cachorro morto.
