Diário Popular: jornal afunda vítima da enchente
Os jornais impressos estão lutando para sobreviver. São uma espécie de fax do mundo moderno. Ninguém mais usa, não faz o menor sentido, já foi substituído por tecnologias mais modernas, mas, mesmo assim, tem gente que insiste em ler no papel. No dia 12 de junho de 2024, o jornal impresso mais antigo do Rio Grande do Sul fechou as portas. Foi o fim do Diário Popular de Pelotas.
O jornal Diário Popular, de Pelotas (RS), foi fundado em 27 de agosto de 1890 e encerrou suas atividades depois de 133 anos. A diretora-superintendente do jornal, Virgínia Fetter, afirmou que o periódico não resistiu a pandemia e a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul.
Bem, na pandemia o jornal era enviado por debaixo da porta. Na enchente, as coisas complicaram pois as pessoas sequer tinham porta para poder receber o impresso. Isso sem falar que notícias em papel e água não combinam...
De qualquer forma, o jornal alegou ter dificuldades na parte comercial. Isso pode ser verdade. Embora, vale notar que o Diário Popular circulava em 22 municípios da zona sul do Estado. Então, havia um potencial de venda considerável.
Para piorar a situação, o Diário Popular tinha um site, que também acabou. Infelizmente, o pessoal não percebeu onde estava o mapa da mina. Recentemente, por conta da pandemia, o Google aumentou a autoridade dos sites jornalísticos. A ideia era reduzir a disseminação de fake news. E o Diário Popular foi beneficiado. Então, era só se aproveitar de algo chamado "digital PR".
Usar técnicas de relações públicas para transformar notícias em dinheiro pode não ser algo tão digno assim, mas garantiria mais 133 anos de vida para o Diário Popular. Agora é tarde. Claro que alguém poderia pegar o texto da ZeroZen e tentar explicar pro pessoal de Pelotas como a Internet funciona. Mas infelizmente a cidade não tem mais nenhum jornal para acompanhar. Notícias agora só no grupo de Whatsapp daquela tia da família...
P.S.1: O jornal impresso - sempre é importante lembrar - ainda tem grande relevância nos tempos modernos. Serve como banheiro de cachorro e como auxiliar na hora de acender o fogo do churrascoP.S.2: Se você é professor da disciplina de Jornalismo Impresso em qualquer faculdade de Comunicação Social, então é como se fosse uma espécie de Joe Biden. Possivelmente tem mais de 130 anos, está morto e enterrado, só que ninguém tem coragem de dizer que seu tempo acabou...