Amor e Ódio

Não, o assunto dessa resenha não é sobre Sabbá e Syang, Feiticeira e Vitor ou muito menos André e Cynthia, estamos falando de Amor e Ódio, a novela. Ou aqueles longos 15 minutos depois do Jornal Nacional que o telespectador tem que esperar pela Casa dos Artistas.

As novelas do SBT são como o oxigênio: está ar mas ninguém vê. Em todo caso Amor e Ódio merece uma atenção especial. Nunca existiu novela mais insípida, inócua e asséptica. É a primeira novela sobre o nada. É um desafio tentar hercúleo entender o enredo do folhetim. Tente, por exemplo, descobrir do que se trata ou onde se passa a trama, ou quem é a estrela, quem é o galã.

O elenco, diga-se de passagem, também é algo digno de nota. Nunca reuniram tanta gente sem talento num projeto mais furado do que em Amor e Ódio. É um festival de gente desconhecida e desagradável que Sílvio não ousaria sequer colocar na Casa dos Artistas 4. Para não dizer que todo mundo desponta para o anonimato, há pelo menos dois artistas que parecem ser sobra da Globo e até mesmo aquela menina do comercial do 0800 da Folha. Mas do resto sequer dá para imaginar de que buraco saíram essas pessoas.

Amor e ódio é um vácuo televisivo que tem quase uma hora de duração, mas que em 15 minutos consegue deixar qualquer telespectador com coceira no dedo de tanto usar o controle remoto. Não existe zapping que dê jeito. Se a idéia de teledramaturgia do SBT é produzir novelas mexicanas no Brasil para exportação, para que veiculá-las por aqui? Perda de tempo e dinheiro. Seria melhor usar o horário para passar reprises do Chaves, um telejornal ou uma primeira edição do programa do Ratinho, como ele tinha nos longínquos tempos de CNT. Qualquer coisa é melhor do Amor e ódio...

Enquanto isso no Reality Fake Show...

A produção da Casa dos Artistas ainda não entendeu, mas vale a pena lembrar mais uma vez: ninguém nessa casa tem talento algum. Logo não peçam para essa gente interpretar papeis, muito menos para improvisar. Pois no compacto dessa terça-feira a prova para o elenco da Casa era fazer um programa de auditório, uma espécie de noite de calouros. Mas o que se viu foi mais um show de amadores.

Gastou-se praticamente um bloco inteiro do programa com a prova, numa demonstração clara de falta de sintonia da produção do programa. Deve haver coisa melhor acontecendo na Casa do que aquilo. Um bloco inteiro da Ellen Rocche tomando banho seria muito mais instrutivo e educacional.

Ninguém se salvou, até mesmo André o queridinho do Sílvio Santos foi patético. O gêmeo Gustavo Mendonça imitando Chacrinha era uma afronta a qualquer ser inteligente, sem dizer um desrespeito ao falecido apresentador. O resto se superou na falta de imaginação comprovando apenas a necessidade urgente que esse elenco tem de um bom texto. Até quando o pessoal da produção vai ignorar o fato que esses patetas precisam de roteiro, que improviso não dá certo. Tem que ser que nem lá no Big Porre Brasil. Todo mundo com suas falas decoradinhas e se fugir do texto é castigado com trinta chibatadas.

Da Reportagem Local