O Brasil tem orgulho de ser mendigo
Mara Marrenta foi a grande vencedora do Big Brother Brasil 6. Ela obteve 47% da preferência do público, a pescadora Mariana teve 34% e Rafael Gardenal conseguiu apenas 19%. A vitória, claro, foi fraudulenta e absurda. A trajetória da baiana na casa pode ser comparada com uma Brastemp. Ela se limitou a lavar roupa suja e foi só.
A conquista de Mara só pode ser creditada
uma insanidade coletiva. Ela conquistou a duvidosa honra de ser a vencedora
da pior das edições do BBB. O problema é que a audiência
tem a tendência bovina e patética de se identificar com o
participante mais pobre. O Brasil, de fato, tem orgulho de ser mendigo.
Como disse o ator Lima Duarte, em entrevista ao jornal Folha de São
Paulo, nós somos um povo que há 40 anos chora a mesma lágrima
na mesma cena da novela das oito. Nada muda e a patuléia não
quer que nada mude.
A baiana Mara aproveitou e novamente transformou o reality show em um
programa assistencial da Rede Globo. Uma espécie de divisão
de renda do pessoal do plim-plim. O problema é que o BBB é
um jogo onde teoricamente carisma e facilidade de relacionamento deveriam
ser decisivos para ganhar o prêmio de um milhão de reais.
A vitória de Mara contradiz tudo isso.
Tanto que um constrangido Pedro Bial chegou a admitir que Rafael Gardenal
levou o programa nas costas. Aliás, vale ressaltar os momentos
tragicômicos a que foi submetido o pseudo-apresentador. Ele a cada
dia que passa se parece mais com o repórter vesgo, só que
metido a intelectual. Bial, chegou a aparecer em um quadro travestido
de DJ B. ALL, trocadilho absurdamente infame.
Pior ainda, cenas mostraram o que o apresentador fazia fora do ar. O resultado foi um Big Brother Bial. Bizarro, muito bizarro. O cantor Zeca Pagodinho foi convidado para encher lingüiça antes da decisão. Ele teve ter recebido o pagamento em cerveja, pois só bêbado para aguentar os participantes do BBB 6.
O programa ainda selecionou as melhores cenas
desta edição do reality show. Como se pode imaginar, não
havia muito o que mostrar. O curioso foi o destaque (altamente negativo,
por sinal) dado a Thais Brincando de Deus. A paraense parece ter sido
escolhida pela Globo como a responsável pelo fracasso do programa.
Afinal de contas, foi ela quem institui a obrigatoriedade da oração
em todos os momentos do BBB 6.
Por fim, vale ressaltar que a sétima edição do Big
Brother Brasil 6 tem tudo para ser a última. O formato já
mostra nítidos sinais de esgotamento. Porém, a ZeroZen,
sempre tentando ajudar a subir o nível da televisão brasileira,
aproveita a oportunidade para sugerir duas pessoas que merecem estar no
BBB: o caseiro Francienildo dos Santos Costa e a escritora Raquel Pacheco
mais conhecida como Bruna Surfistinha.
Francienildo é um sujeito observador e tem tudo para se tornar
o leva-e-traz do programa. Já Bruna é um ícone da
Internet brasileira que pode apimentar o BBB. Com ela certamente não
vai haver placar em branco. A moça deve dominar todas as conversas
sobre sexo ao redor da piscina. Como escritora também vai trazer
um pouco de cultura para a massa ignara. Por fim, se nada mais der certo,
chamem o Lima Duarte pelo menos um pouco de polêmica já está
garantido.
Da
Reportagem Local