O velho preconceito contra as Relações Públicas
O Big Brother Brasil 6 prova que o Brasil
ainda não mudou. As minorias ainda são tratadas como cachorros
vira-latas. Ainda existem categorias da sociedade que são vistas
com um preconceito atroz e cruel. O reality show que devia pregar a diversidade
afundou na vala comum da mediocridade da televisão.
Tudo por que a gaúcha e estudante de Relações Públicas
Juliana foi eliminada do programa com 52% dos votos. Claro nem é
preciso dizer que a votação foi uma fraude escandalosa.
Juliana liderou em todas as pesquisas feitas pelos grandes portais da
Internet brasileira. Não havia como perder. Ainda mais por que
sua adversária, Inês é uma das pessoas mais pífias
e patéticas que já participou de um BBB.
Tanto que o compacto da Globo foi absurdamente tendencioso. Nitidamente
quem editou o programa torcia pela Juliana. Ela foi mostrada como uma
competidora ativa que certamente faria o primeiro casal do programa com
Dan Dan. Já Inês foi retratada como uma ameba (sem ofensa
as amebas). Mesmo assim, o público achou que a carioca deveria
continuar no programa.
Por que este absurdo aconteceu? Fácil! É o antigo preconceito
com quem faz Relações Públicas. Ora, isto tem de
acabar. Por que as pessoas que servem cafezinhos nas grandes empresas
não podem ter direito à felicidade? Por que as pessoas que
atendem os clientes na portaria não podem ganhar um milhão
de reais? Por que as organizadoras de festas e eventos não podem
ser reconhecidas pela sociedade?
Afinal de contas R.P. é a profissão que exalta o ego das
pessoas, é o puxa-saquismo feito de forma profissional. É
uma profissão que trabalha para que os outros se sintam bem(*).
Era justamente isso que Juliana vinha fazendo. Ela trabalhava para que
Dan Dan se sentisse cada vez melhor. Uma pena que a gaúcha tem
sido vítima de uma mentalidade tão tacanha da sociedade
brasileira.
Da
Reportagem Local
(*) - Esta
frase foi dita em um reality show chamado Power Girls exibido pelo canal
Multishow . O seriado acompanha o dia-a-dia de um dos maiores escritórios
de R.P. de Nova Iorque. A diretora do escritório e R.P. de inúmeras
celebridades norte-americanas foi quem cunhou a frase definitiva sobre
a profissão de Relações Públicas.